PBPD lança a Revista Plataformas

25 de agosto, 2016 Comunicação PBPD Permalink

É com muita alegria que a PBPD anuncia seu mais novo projeto: a Revista Plataformas. Produto da Coordenação Científica, representada pelo antropólogo Maurício Fiore, a publicação será composta por artigos científicos na área de política de drogas. Confira o edital abaixo e entenda a importância desse material para a luta pela reforma da política de drogas.

 

1) Qual a importância de se criar uma publicação apenas sobre política de drogas?

Maurício Fiore: A publicação que a PBPD está lançando, a Plataformas, tem dois objetivos principais: promover pesquisas e análises que tenham rigor e qualifiquem o debate público sobre os diversos aspectos da política de drogas e, ao mesmo tempo, fazer com que o debate não fique restrito ao campo acadêmico. De fato, será a primeira publicação brasileira exclusiva sobre política de drogas, mas é importante dizer que a Plataformas está aberta às diversas facetas que envolvem a política de drogas: saúde, legislação, políticas públicas, cultura, violência, entre outras. Assim, embora o foco mais amplo esteja na política de drogas, ela não é monotemática.

 

2) É possível dizer que o tema sofre restrições nos espaços acadêmicos?

Maurício Fiore: Os espaços acadêmicos são muito diferentes entre si. No meu campo de atuação, as ciências sociais, havia muito mais restrições quando comecei, no final dos anos 1990. Hoje, há abertura e percebo que em outros campos do conhecimento o tema ganhou relevância e legitimidade. No entanto, as disciplinas permanecem muito fechadas em si mesmas. Por vezes, não há diálogo nem no interior da mesma disciplina, o que dá uma dimensão de como as diferentes perspectivas se apresentam de forma muito marginal no debate político mais amplo. Por isso, acho que é obrigação de todos os pesquisadores envolvidos de alguma forma com o tema participarem ativamente da discussão, com honestidade intelectual. O dissenso deve ser encarado como uma virtude de um debate, não como um obstáculo ou um sinal de fraqueza.

3) De que forma essa publicação pode impactar a discussão sobre política de drogas no Brasil?

Maurício Fiore: Estamos começando e o impacto dependerá diretamente do engajamento dos pesquisadores, não só daqueles ligados às entidades-membro da PBPD, mas a qualquer um que queira e possa contribuir para o conhecimento nesse campo. Por isso, nos esforçamos para oferecer as bolsas e os prêmios. Aposto que se tivermos artigos de qualidade, com dados e reflexões originais, poderemos contribuir com o debate. Infelizmente, há atores que não desejam um debate aberto e racional, que a todo tempo buscam desqualificar quem se posiciona de forma diferente; enfim, distantes de uma perspectiva democrática de política, um tipo de postura que tem se fortalecido nesse momento difícil e perigoso no Brasil. Trabalharemos para que a Plataformas seja, no campo de política de drogas, um exemplo no sentido contrário: um espaço no qual o conhecimento produzido com rigor possa ser democraticamente compartilhado por todos.

 

Confira o edital abaixo:

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